O choro ganha mais uma roda em Juiz de Fora, todas as sextas, no Diamantina
Quem passa pela Floriano Peixoto, em frente ao restaurante Diamantina, nas noites de sexta-feira, não imagina que, lá nos fundos, chora uma roda; o Segura o Choro!.
E que roda.
Da primeira vez que prestigiei o projeto, não sei se foi pela minha mania de não reparar em volta ou pelo meu encanto com a música que estava acontecendo ali – acho que os dois -, mas demorei alguns minutos para dar conta de que os fundos do restaurante, que até então não conhecia, era a área de lazer do hotel Ritz, com um deck de piscina que fez eu me sentir em qualquer lugar, menos no miolo do centro de Juiz de Fora.
Entendida a conexão Floriano Peixoto-Rio Branco, voltei minha atenção àquilo tudo e comecei a reparar na maneira como a roda se portava: entre uma música e outra, os chorões conversavam entre si, reunidos em torno de uma mesa com água para beber e dispostos em roda, mesmo, com alguns instrumentistas de costas para o público, inclusive.
O choro tem disso.
A despretensão e a informalidade é que faz todo o espetáculo. Roda de choro não carece de iluminação especial, pompa, um crooner que anime o público ou muita cerveja. Choro só precisa do ouvido atento e, vez ou outra, dos olhos fechados.
O único compromisso dos instrumentistas ali era o de fazer música. E isso mais do que bastava para o público. Odette Ernest Dias foi precisa ao dizer, certa vez: “o choro não é um gênero musical. É uma maneira de tocar”.
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O projeto reune chorões e choronas da cidade, com o propósito de levar ao público “música agradável e genuinamente brasileira”, assim apresenta o grupo Eloiza Augusta, idealizadora do Segura o Choro!. Na roda, rostos conhecidos da cena musical da cidade: Toinho Gomes, Fabrício Nogueira e Denise Coimbra, no cavaco; Eloiza Augusta, nos pandeiros; Caetano Brasil, no clarinete; Wellington Duarte, no violão de 7 cordas; e Cazé, no bandolim.
O Segura o Choro! se apresenta todas as sextas, às 19h30, no restaurante Diamantina Bistrô Mineiro, ao lado da piscina do Ritz Plaza Hotel, na rua Floriano Peixoto, 549.
Texto: Maria Thereza Fialho